quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


O caminho
que pela minha frente se estende
será o de uma existência
imposta pelo processo evolutivo da alma?
Constantemente me questiono e escrevo
sobre os objectivos desta terrena passagem
e tento avaliar a força das palavras
que de meus dedos brotam
em traços ora suaves ora grosseiros
do meu lápis de carvão.
Das ideias que deles surgem
e me invadem a mente
reconheço o quanto é difícil perceber
quais os objectivos do Criador
como contornar as pedras
que nos surgem pela frente
desvendando os inígmas que nelas se escondem
e ponderar cada decisão a tomar.
Todo este jogo misterioso
engloba a alma
que na sua essência não entendo
porque sinceramente
não sei como formular
as perguntas para as quais já sei as respostas,
que naturalmente me ocorrem,
vêm ter comigo de forma gratuita.
Então, como humana que sou
dispo o meu corpo libertando o espírito
que entrego ao vento forte que sopra lá fora
deixando que ele, no fundo a tal alma, voe
ainda que sem as asas por demais desejadas
e deixo que uma melodia
adormeça o que de mim possa restar
quer sejam as palavras
que de meus dedos se soltaram
quer seja o barco branco,
de meus sonhos interditos,
que me transporta
para os espaços reservados,
que guardo só para mim,
para lá do horizonte.

Divagação sobre um trecho de
CÉU ROSÁRIO

Chris Morris